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sábado, 1 de maio de 2010

SEM VOCÊ - soneto clássico

SEM VOCÊ


Aos ventos soltei versos de amor
Com lágrimas lavando meu rosto
No peito encravado a muita dor
Que a mim carrilhôes foi imposto

Sol de abril na rosa flor do coração
Imputa querência de ardoso calor
Molhado com ureia, corpo e paixão
O cheiro empreguina o nobre ardor

A distância inconsolavel do olhar
No horizonte cego de infindo mau
Não apaga a saudade de um desejar

Nem esconde do peito marcado a sal
Os dias felizes que forjamos o amar
Ao presente vivido ladeado pelo mal

Artur Cortez

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