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segunda-feira, 18 de novembro de 2013

O SEPULCRO DO POETA - poema



O SEPULCRO DO POETA

Na palavra derradeira desse poeta
Apenas saudades que me arretam
De uma infância itinerante e vã
Entre os tios e avós, meus amores.
Dos sentimentos de fim dissabores
Onde a morte é o ato conclusivo
A concupiscência travada da alma
A lágrima que no momento acalma
O discurso épico do amor ativo
Onde somente o olhar comenta
E a dor no peito grita e lamenta
Pelo inerte corpo no madeiro caixão
Despedida poética do poeta ao chão

Artur Cortez  

terça-feira, 5 de novembro de 2013

RETRATO DA SECA - poema



RETRATO DA SECA

A beleza desse céu nublado
No gosto amargo de meu sertão
Onde revivo minhas saudades
Na melodia afinada da canção

A vista seca de ardente vontade
Cavando mau desejo ao coração
O lugar tá seco de pura maldade
Secando ate o ventre do ribeirão

Os homens aprenderam na seca
Mesquinhes de oprimir o irmão
E ganham na morte e no flagelo
O dinheiro que não vai ao caixão

Vendo o gado morrendo de fome
E meu povo pedindo esmola
A corrupção que veem e consome
Trazendo o adeus de ir “simbora”

Artur Cortez